terça-feira, 14 de maio de 2013

A Turquia que Salve Jorge não mostrou - Efeso e Kusadasi

Fatima Dannemann 

Quem nunca foi ligado em geografia ou história, ou quem nunca viajou para o exterior, deve pensar que tudo na Turquia se resume a Istambul e a Capadócia que, na linguagem do Projac parecem vizinhas mas ficam a pelo menos quatro horas de viagem distantes. País euro-asiático, a Turquia ocupa a península da Anatólia, faz fronteira com oito paises e foi um dos estados mais importantes do mundo, o Império Otomano. Ainda hoje, a Turquia - cuja população é majoritariamente turca, e é um estado laico, sem religião oficial - atrai muitos visitantes que vão não somente à belissima Istambul, metrópole situada metade na Asia metade na Europa, como a outros pontos que a novela ignorou. Um deles é Efeso.


Éfeso é um antigo porto greco-romano, fica pertinho de Kusadasi, uma cidade onde 11 entre 10 navios de cruzeiro fazem escala. Foi uma das doze cidades da Liga Jônia, durante o período grego-clássico e a segunda maior cidade do Império Romano. A cidade era famosa pelo Templo de Artemis (ou Diana) uma das sete maravihas do mundo antigo. Visitar suas ruinas é um banho de história geral e um passeio que nada deve ao Acrópole de Atenas ou as ruinas de Pompeia, na Italia.


Mas, Éfeso está ligada tambem ao cristianismo. É uma das sete igrejas da Asia citadas pelo Apocalipse de São João. Foram os cristãos, aliás, que destruiram o Templo de Diana, do qual sobrou quase nada.


Subindo as montanhas próximas a Éfeso, no alto do monte Koressos, chega-se a Casa da Virgem Maria. Curiosamente, este lugar é ao mesmo tempo católico e mulçumano - estes dizem que "se tem nas escrituras que Maria existiu, é porque ela existiu. A casa foi descoberta no século XIX através da descrição obtida através das visões da beata Ana Catarina Emmerich (1774 - 1824), uma freira católica, que foi publicada como um livro por Clemens Brentano após a sua morte2 . A Igreja Católica jamais se pronunciou sobre a autenticidade da casa por conta da falta de evidências aceitáveis, mas de toda forma mantém um constante fluxo de peregrinos no local desde a sua descoberta.  




O templo em si não é grande e pode ser descrito como uma modesta capela. As pedras preservadas e a construção em si datam da Era Apostólica e são consistentes com outros edifícios da época, mas com pequenas adições posteriores como jardins e itens devocionais no exterior do edifício. Ao entrar na capela, o visitante encontra uma único grande recinto com um altar e uma grande estátua da Virgem Maria no centro. No lado direito está um recinto menor - tradicionalmente associado com o verdadeiro quarto onde Maria dormia. A tradição mariana defende que alguma forma de água corrente costumava correr como um canal nesta sala menor, o "quarto de Maria", e que teria dado origem à atual fonte de água potável localizada do lado de fora da estrutura. Fora do santuário está localizada um "Muro de Pedidos" que os fieis utilizam para deixar suas mensagens e pedidos na forma de pequenos bilhetes de papel ou pano. Diversos tipos de flores e frutas crescem no local, que também recebeu iluminação artificial para auxiliar na defesa e no monitoramento do santuário. Uma fonte de água potável existe nas proximidades e alguns fiéis acreditam que água dali tem poderes milagrosos de cura ou de fertilidade.

Curiosamente, do lado de fora, montes de barraquinhas vendem mimos como pachminas, imã de geladeira, lenços, chaveiros e outras coisinhas completamente pagãs e nada sagradas. 

Um comentário:

Ednamay disse...

Oi Fatima, que maravilha ler e ver as fotos das ruinas de Efez, como também da última morada de Nossa Senhora, onde ela se refugiou após a morte de Jesus Cristo, conforme conta historiadores do turismo em Club Mediterranée,onde trabalhei e morei na cidade de FOCA por seis meses em 1985, viajei muito essa região toda, e como você também conheci uma CAPADOCCIA sem balões e muitas histórias ilustradas em pinturas sacras nas antigas paredes. Bela Memória querida ex-colega de UFBA dos anos 70, manda mais sobre Pamukalé e tal... bjs